The impact of visual field clusters on the performance-based

The impact of visual field clusters on the performance-based measures and vision-related quality of life in patients with glaucoma.

Tulio Frades Reis
Fellow em Glaucoma HC FMRP/USP.Doutorando em Ciências Medicas pela FMRP/USP

Marcelo Jordão L da Silva
Mestre em Medicina pelo IASMPE. Doutor em Ciências Medicas pela UNICAMP. Doutor em Ciências Medicas pela FMRP/USP. MBA em Gestão da Saúde pela INEPAD/USP. Preceptor Depto. Glaucoma HC FMRP/USP

Ref.: The impact of visual field clusters on the performance-based measures and vision-related quality of life in patients with glaucoma..
Yi Sun, Clarissa Lin, Michael Waisbourd, Feyzahan Ekici, Elif Erdem, Sheryl S. Wizov, Lisa A. Hark, And George L. Spaeth
American Journal Of Ophthalmology March 2016

 

A perda visual pelo glaucoma é conhecida por reduzir a qualidade de vida dos acometidos. Os estudos que comparam estes dois dados o fazem quantificando a severidade da perda por meio do Mean Deviation (MD). No entanto, valores semelhantes de MD estão relacionados a efeitos diversos na vida dos glaucomatosos. Visando sanar esta deficiência, outros estudos associaram perdas no hemicampo inferior com piores resultados em avaliações subjetivas de qualidade de vida.

Este estudo observacional e prospectivo avaliou quanto a perda em setores pré-determinados do campo visual afetaria objetivamente o desempenho em Atividades da Vida Diária e, também, aspectos subjetivos da qualidade de vida. Foram utilizados os resultados iniciais de uma coorte de 4 anos do Wills Eye Hospital, somando 322 olhos de 161 pacientes portadores de glaucoma primário de ângulo aberto ou de glaucoma crônico de ângulo fechado. Todos os participantes tinham diagnóstico de glaucoma há pelo menos 2 anos e em estágio moderado em pelo menos um olho, segundo o Disk Damage Likelihood Scale (classificação que usa o aspecto do nervo para graduar o dano glaucomatoso).

Foram feitas duas campimetrias com estratégia SITA STANDARD 24:2. Cada exame foi dividido em 5 setores: nasal, temporal, central, paracentral e periférico (figura). A pontuação de cada setor foi obtida pela média dos seus pontos no gráfico Total Deviation e, como foram realizados dois exames, o resultado final foi a média de ambos.

A avaliação objetiva da qualidade de vida foi feita por meio do Compressed Assessment of Ability Related to Vision (CAARV). Ele é dividido em quatro itens: detecção de movimento na tela de computador, reconhecimento de expressões faciais, leitura de sinais de trânsito e encontrar objetos em uma sala. Cada item é pontuado de 0 a 7. O resultado do CAARV é a média dos quatro. A avaliação subjetiva, por sua vez, foi realizada com o NEI VFQ-25 e o Modified Glaucoma Symptom Scale.

A associação entre campo e avaliação de qualidade de vida foi feita pelo coeficiente de correlação de Spearman. No melhor olho, a região central teve relação com o CAARV e com o NEI VFQ-25, sendo a relação com o CAARV mais forte, com coeficiente de 0,39 (p<0,001), e a outra, com 0,34 (p=0,002). No pior olho, o campo temporal apresentou correlação com CAARV, resultando no coeficiente de 0,4 (p<0,001). Ao comparar a correlação do hemicampo superior e inferior com o CAARV, houve relação significativa com os dois hemicampos do melhor olho e com a região inferior do pior olho, sendo a relação mais forte com o campo inferior do melhor olho com Spearman de 0,35 (p<0,001).
A novidade no presente trabalho é a análise da perda de qualidade de vida por meio de avaliação objetiva e a setorização do campo visual, concluindo que a redução do hemicampo inferior prejudica atividades rotineiras como: reconhecimento facial, leitura de sinais de trânsito, detecção de movimento e procura de objetos.

A novidade no presente trabalho é a análise da perda de qualidade de vida por meio de avaliação objetiva e a setorização do campo visual, concluindo que a redução do hemicampo inferior prejudica atividades rotineiras como: reconhecimento facial, leitura de sinais de trânsito, detecção de movimento e procura de objetos.

O Modified Glaucoma Symptom Scale não apresentou relação com os setores dos campos visuais. Isto já era esperado, tendo em vista que esta escala foca mais em queixas de superfície ocular.

Há também limitações, pois foram avaliados apenas pacientes com glaucoma moderado. Por isso, os resultados não podem ser aplicados em outros estágios da doença.

Além disso, a classificação utilizada foi apenas estrutural, sem considerar a função visual para estadiar os doentes. Também pode ter ocorrido um viés de confusão ao analisar os dados, pois quando as perimetrias são avaliadas por setor, não se considera que a perda em outra região possa afetar também as atividades de vida diária e qualidade de vida. Por fim, para uma análise menos teórica, deveria ter sido avaliada a situação de binocularidade, que é o comum na maioria dos pacientes.

Extrai-se do estudo que talvez seja prudente uma maior agressividade no tratamento de pacientes com risco de progressão central no melhor olho e no hemicampo inferior em qualquer olho, já que estas alterações estão relacionadas à piora da qualidade de vida.

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