Central Glaucomatous Damage of the Macula Can Be Overlooked by conventional OCT Retinal Nerve Fiber Layer Thickness Analyses
Julia C.H. Cardoso Assistente do Departamento de Glaucoma do IOCM
Fabio N. KanadaniChefe da Oftalmologia do IOCM, Doutor pela UNIFESP
Ref.: Central Glaucomatous Damage of the Macula Can Be Overlooked by conventional OCT Retinal Nerve Fiber Layer Thickness Analyses.
Diane L. Wang, Ali S. Raza, Carlos Gustavo de Moraes, Monica Chen,
Paula Alhadeff, Ravivarn Jarukatsetphorn, Robert Ritch, and Donald C. Hood.
Trans Vis Sci Tech. 2015;4(6):4,
Existe sempre um questionamento da capacidade diagnóstica do glaucoma em uma avaliação da região macular pela tomografia de coerência óptica (OCT). Muitos acreditam que defeitos maculares ocorrem logo no início da doença e pode ser mais comum do que o descrito na literatura. Este defeito pode ser local, arqueado, difuso ou um combinação destes. Mesmo assim, a avaliação macular geralmente não faz parte da rotina clínica de muitos especialistas em glaucoma.
Alguns estudos descrevem que uma avaliação macular não é melhor que a avaliação da camada de fibras nervosas da retina (CFNR) peripapilar, mas muitos não levam em consideração os protocolos específicos de avaliação desta região. Além disto, muitos destes estudos descrevem como critérios de inclusão campos visuais 30-2 ou 24-2 (com distância de 6 graus entre os pontos testados), testes que podem deixar de detectar reais danos centrais, por vezes detectados apenas no 10-2 (com menor distância – de 2 graus – entre os pontos testados). A região inferior da mácula está diretamente relacionada com fibras nervosas do pólo inferior do disco óptico, e ambos os locais são muito susceptíveis ao dano glaucomatoso; assim, a avaliação de possíveis defeitos maculares torna-se tão importante.
Este estudo tem como objetivo avaliar a extensão do dano glaucomatoso macular que poderia ser detectado usando o pacote estatístico disponível comercialmente obtido pelo fdOCT (frequency domain optical coherence tomography- 3D-OCT 2000; Topcon, Inc., Oakland, NJ).
Enfim, apesar de ainda não ser uma prática rotineira, a avaliação da região macular pela OCT pode trazer informações úteis ao diagnóstico e acompanhamento do glaucoma, além da possibilidade de diagnóstico de outras doenças que acometem esta região.
No presente estudo, cento e quarenta e três olhos glaucomatosos e suspeitos de glaucoma foram avaliados com o campo visual 10-2 e com scans em cubos da macula e discos ópticos no fdOCT. A análise dos relatórios do fdOCT foi realizada pelos autores seguindo critérios que levaram em consideração a região temporal inferior do disco óptico, conhecida como ”Zona Macular Vulnerável” , e que situa-se entre -38 e -65 graus, onde 0 grau corresponde ao centro do quadrante temporal .
De modo peculiar, os autores descreveram alguns critérios de análise macular, baseados no quadrante temporal (QT) total, QT + 7 horas e QT + 7-10 horas.
Do total de 143 olhos, sessenta e um olhos (43%) foram classificados como “macula anormal”, enquanto 41 olhos (29%) como “mácula normal”. O campo visual 10-2 e os mapas de probabilidade do OCT não concordaram nos demais olhos. Dos 61 olhos anormais, os critérios falharam em diagnosticar o defeito de 36 a 77% dos casos, sendo 77%, 39% e 36% para o QT, QT+7 horas e QT +7-10 horas, respectivamente.
O padrão mais encontrado nestes olhos onde a avaliação da CFNR peripapilar não identificou um defeito segundo os critérios acima descritos foi um defeito estrutural sutil na mácula, seguido por um defeito arqueado macular.
A análise da CFNR peripapilar no OCT comercialmente disponível pode deixar de identificar defeitos maculares em parte significativa dos pacientes, especialmente se a análise é feita de modo global.
Deste modo, em defeitos glaucomatosos maculares outros protocolos (cube scans) ou campos visuais 10-2 devem ser realizados.
Enfim, apesar de ainda não ser uma prática rotineira, a avaliação da região macular pela OCT pode trazer informações úteis ao diagnóstico e acompanhamento do glaucoma, além da possibilidade de diagnóstico de outras doenças que acometem esta região.
Na prática clínica, é importante considerar a região localizada `as 7hs da CFNR peripapilar, que é a mais associada a este dano macular e defeitos no campo visual 10-2.