Dynamic Iris Changes as a Risk Factor in Primary Angle Closure disease

DYNAMIC IRIS CHANGES AS A RISK FACTOR IN PRIMARY ANGLE CLOSURE DISEASE

Lucas Almeida Santana
Fellow do Serviço de Glaucoma, Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo

Niro Kasahara
Chefe do Serviço de Glaucoma, Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo; Professor Adjunto, Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

Ref.: Zhang Y, Li SZ, Li L, et al. Dynamic Iris Changes as a Risk Factor in Primary Angle Closure disease. Invest Ophthalmol Vis Sci. 2016;57:218–226.

 

Os fatores de risco tradicionalmente conhecidos para o glaucoma primário de ângulo fechado são câmara anterior rasa, comprimento axial pequeno e um cristalino anteriorizado e espesso. Todavia, apesar da prevalência deste tipo de glaucoma ser mais comum em asiáticos do que em caucasianos e negros, não se observa diferença significativa na profundidade da câmara anterior entres essas populações. Provavelmente outros fatores de risco dinâmicos e anatômicos da íris poderiam estar envolvidos no processo de fechamento angular.

Foram estudados 91 olhos divididos em 3 grupos com 31 pacientes em cada grupo (portadores de doença primária de ângulo fechado – incluindo portadores de fechamento angular primário e portadores de glaucoma primário de ângulo fechado, portadores de fatores de risco para fechamento angular e controles normais) usando-se a tomografia de coerência óptica do segmento anterior. PACS (suspeito de fechamento angular primário) foi definido como contato irido-trabecular em 2 ou 3 quadrantes.


Os resultados revelaram que olhos susceptíveis ao fechamento angular apresentaram menor redução na área do corte transversal da íris em comparação aos olhos normais quando em midríase fisiológica, sendo que quanto maior a midríase nestes últimos, maior a diminuição da área avaliada.

Os resultados revelaram que olhos susceptíveis ao fechamento angular apresentaram menor redução na área do corte transversal da íris em comparação aos olhos normais quando em midríase fisiológica, sendo que quanto maior a midríase nestes últimos, maior a diminuição da área avaliada.

Outro achado foi a maior a distância entre o ápice anterior do cristalino ao plano oriundo do esporão escleral (lens vault) que, quando aumentado, mostrou boa correlação com olhos susceptíveis ao fechamento do ângulo. Embora os autores não façam referência se a presença de lens vault teve alguma relação significativa com a dinâmica da íris ou se representa uma variável independentemente associada ao fechamento angular, eles acreditam que isso ocorre devido um maior contato iridocristaliniano causado pela anteriorização do cristalino. Os demais parâmetros estudados, incluindo comprimento axial e tamanho da câmara anterior, não foram significativos.

O estudo em questão nos apresenta dados que sugerem que alterações dinâmicas da íris e cristalino anteriorizado tenham realmente influência no fechamento angular. Atenção deve ser tomada ao avaliar este estudo transversal, já que o mesmo apresenta uma amostra pequena e todos pacientes são de origem chinesa. Outro ponto a ser destacado é o fato de o estudo não ter excluído olhos tratados com iridotomia (os autores não revelaram quantos olhos com iridotomia prévia foram incluídos), podendo haver um viés importante nos dados.

De qualquer forma temos que ter em mente que o fechamento angular é um processo multifatorial e mais estudos, principalmente longitudinais, devem ser realizados para melhor compreensão desta condição.

De qualquer forma temos que ter em mente que o fechamento angular é um processo multifatorial e mais estudos, principalmente longitudinais, devem ser realizados para melhor compreensão desta condição.

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