Ref.: Corneal hysteresis as a risk factor for glaucoma progression: a prospective longitudinal study.
Medeiros FA, Meira-Freitas D, Lisboa R, Kuang TM, Zangwill LM, Weinreb RN.
Ophthalmology. 2013 Aug;120(8):1533-40.
Luciana Alencar
A grande variabilidade na resposta ao tratamento e na velocidade de progressão sugere que existem outros fatores associados ao dano glaucomatoso além da pressão intraocular (PIO). A identificação de fatores de risco associados a progressão possui grande importância tanto no acompanhamento de um paciente quanto na distribuição de recursos públicos para saúde. Muito tem sido estudado a respeito do papel da histerese corneana nesse contexto. É possível que variações na histerese corneana falseiem as medidas de PIO obtidas com a tonometria de aplanação de Goldmann. Por outro lado é também possível que olhos com maior resistência corneana apresentem também maior resistência na esclera peripapilar posterior e lâmina cribiforme, e assim maior resistência aos efeitos da pressão intraocular.
O estudo de Medeiros et al. foi o primeiro com desenho longitudinal a estudar a associação entre histerese corneana e progressão do glaucoma. Nesse estudo, 114 olhos de 68 pacientes com glaucoma foram seguidos com exames regulares por uma média de 4 anos. A medida da histerese corneana foi realizada no inicio do seguimento, com o aparelho Ocular Response Analyzer (Reichert). O aparelho usa um jato de ar para analisar a força necessária para deformar a córnea e seu retorno à posição original. Córneas com valores de histerese mais baixos seriam mais maleáveis. Os autores observaram que quanto mais baixa a histerese corneana, mais rápida a piora do campo visual medida através do visual field índex (VFI)“Córneas com valores de histerese mais baixos seriam mais maleáveis. Os autores observaram que quanto mais baixa a histerese corneana, mais rápida a piora do campo visual medida através do visual field índex (VFI)” (a cada redução de 1mmHg na histerese corneana resulta numa progressão do VFI 0,25%/ano mais rápida). Essa associação manteve-se mesmo com a análise multivariavel, ajustada para compensar outros fatores associados a progressão do glaucoma. Além disso, foi observado que olhos com PIO elevada e histerese corneana baixa estao sob risco de progressão mais rápida.
Os autores ressaltam que mais estudos são necessários para validar o papel da histerese corneana como fator de risco independente e para avaliar seu poder preditivo, mas pelos resultados encontrados é possível sugerir que valores mais baixos de histerese corneana estejam relacionados a progressão campimetrica de pacientes com glaucoma. Apesar de nao estar disponível na pratica clinica da maioria dos oftalmologistas, a medida de histerese corneana pode representar uma nova e útil informação para identificar pacientes sob risco de apresentar uma progressão glaucomatosa mais rapida.
Resumo deste artigo
Ophthalmology. 2013 Aug;120(8):1533-40. doi: 10.1016/j.ophtha.2013.01.032. Epub 2013 May 1.
Corneal hysteresis as a risk factor for glaucoma progression: a prospective longitudinal study.
Medeiros FA, Meira-Freitas D, Lisboa R, Kuang TM, Zangwill LM, Weinreb RN.
Author information
Abstract
PURPOSE:
To evaluate the role of corneal hysteresis (CH) as a risk factor for the rate of visual field progression in a cohort of patients with glaucoma followed prospectively over time.
DESIGN:
Prospective observational cohort study.
PARTICIPANTS:
The study group included 114 eyes of 68 patients with glaucoma followed for an average of 4.0 ± 1.1 years. Visual fields were obtained with standard automated perimetry. Included eyes had a median number of 7 (range, 5-12) tests during follow-up.
METHODS:
The CH measurements were acquired at baseline using the Ocular Response Analyzer (Reichert Instruments, Depew, NY). Evaluation of rates of visual field change during follow-up was performed using the visual field index (VFI). Linear mixed models were used to investigate the relationship between rates of visual field loss and baseline CH, baseline intraocular pressure (IOP), and central corneal thickness (CCT), while adjusting for potentially confounding factors. An interaction term between IOP and CH was included in the model to investigate whether the effect of IOP on rates of progression depended on the level of CH.
MAIN OUTCOME MEASURES:
Effects of CH, IOP, and CCT on rates of VFI loss over time.
RESULTS:
The CH had a significant effect on rates of visual field progression over time. In the univariable model including only CH as a predictive factor along with time and their interaction, each 1 mmHg lower CH was associated with a 0.25%/year faster rate of VFI decline over time (P<0.001). The multivariable model showed that the effect of IOP on rates of progression depended on CH. Eyes with high IOP and low CH were at increased risk for having fast rates of disease progression. The CH explained a larger proportion of the variation in slopes of VFI change than CCT (17.4% vs. 5.2%, respectively).
CONCLUSIONS:
The CH measurements were significantly associated with risk of glaucoma progression. Eyes with lower CH had faster rates of visual field loss than those with higher CH. The prospective longitudinal design of this study supports the role of CH as an important factor to be considered in the assessment of the risk of progression in patients with glaucoma.
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Copyright © 2013 American Academy of Ophthalmology. Published by Elsevier Inc. All rights reserved.
PMID: 23642371 [PubMed – indexed for MEDLINE] PMCID: PMC3804228 [Available on 2014/8/1]