TAXAS DE PROGRESSÃO DA CAMADA DE FIBRAS NERVOSAS PELO OCT EM SUSPEITOS GLAUCOMA

Editor Associado
Luciana Alencar
Comentarios por Luciana M. Alencar sobre:
Ref.: Rates of retinal nerve fiber layer thinning in glaucoma suspect eyes.
Miki A, Medeiros FA, Weinreb RN, Jain S, He F, Sharpsten L, Khachatryan N, Hammel N, Liebmann JM, Girkin CA, Sample PA, Zangwill LM.
Ophthalmology. 2014 Jul;121(7):1350-8.

Suspeitos de glaucoma (seja pelo aspecto limítrofe do disco óptico e da camada de fibras nervosas, seja pelo aumento da pressão intraocular) representam um importante grupo de pacientes em nossos consultórios. Primeiro por apresentarem risco aumentado de desenvolver glaucoma, principal causa de cegueira irreversível no mundo. Segundo, como já são suspeitos e já estão em acompanhamento, dependem de nossas habilidades para que o diagnóstico seja precoce, na eventualidade de desenvolverem a doença.
Sabemos hoje que alterações estruturais podem aparecer antes de seus equivalentes funcionais. O estudo de Miki et al. é mais um estudo investigando se exames de OCT espectral obtidos serialmente podem detectar – antes do aparecimento de defeitos de campo – uma redução progressiva da espessura da camada de fibras nervosas (CFN). O grupo estudado representa justamente 294 indivíduos suspeitos de glaucoma (454 olhos), que iniciaram o estudo com campimetrias normais. Durante o acompanhamento, aqueles que desenvolveram defeitos de campo visual (40 olhos) apresentaram uma redução significantemente mais rápida da espessura da CFN (-2,02 µm/ano, comparado com -0,82 µm/ano nos que não apresentaram defeitos de campo). Associado a isso, observaram que cada aumento de 1,0 µm/ano na velocidade de redução da espessura da CFNDurante o acompanhamento, aqueles que desenvolveram defeitos de campo visual (40 olhos) apresentaram uma redução significantemente mais rápida da espessura da CFN (-2,02 µm/ano, comparado com -0,82 µm/ano nos que não apresentaram defeitos de campo). dobrava o risco deste paciente desenvolver um defeito de campo visual.
No entanto, o principal problema da maioria desses estudos ainda é o seguimento curto. Este estudo, por exemplo, usou exames obtidos em um período médio de apenas 2,2 anos (variando de 0,4 a 4,1 anos). Espera-se que com um maior tempo de seguimento veríamos um maior número de pacientes progredir. Vale ressaltar que mesmo aqueles que não apresentaram defeitos de campo visual durante o período do estudo, apresentaram uma redução progressiva e significante da espessura da CFN.Vale ressaltar que mesmo aqueles que não apresentaram defeitos de campo visual durante o período do estudo, apresentaram uma redução progressiva e significante da espessura da CFN. Esses achados estão de acordo com uma série de outros estudos no mesmo assunto e teremos que aguardar estudos longitudinais mais longos para confirmar se esses pacientes de fato estavam piorando ou se representam resultados falsos positivos. Além disso, devemos lembrar que estudos como esse usam fórmulas complexas para ajustar todos os outros fatores relevantes à piora e estimar médias. Esses ajustes calculam o efeito isolado da redução na espessura da CFN, em um grupo de indivíduos igualados para todo o resto (idade, pressão intraocular, gravidade inicial, espessura corneana, etc.), enquanto que nos nossos consultórios devemos fazer isso individualmente para cada paciente.

Resumo deste artigo

Ophthalmology. 2014 Jul;121(7):1350-8. doi: 10.1016/j.ophtha.2014.01.017. Epub 2014 Mar 13.
Rates of retinal nerve fiber layer thinning in glaucoma suspect eyes.
Miki A1, Medeiros FA2, Weinreb RN2, Jain S3, He F3, Sharpsten L2, Khachatryan N2, Hammel N2, Liebmann JM4, Girkin CA5, Sample PA2, Zangwill LM6.
Author information

Abstract

PURPOSE:
To compare the rates of retinal nerve fiber layer (RNFL) loss in patients suspected of having glaucoma who developed visual field damage (VFD) with those who did not develop VFD and to determine whether the rate of RNFL loss can be used to predict the development of VFD.

DESIGN:
Prospective, observational cohort study.

PARTICIPANTS:
Glaucoma suspects, defined as having glaucomatous optic neuropathy or ocular hypertension (intraocular pressure, >21 mmHg) without repeatable VFD at baseline, from the Diagnostic Innovations in Glaucoma Study and the African Descent and Glaucoma Evaluation Study.

METHODS:
Global and quadrant RNFL thickness (RNFLT) were measured with the Spectralis spectral-domain optical coherence tomography (SD-OCT; Spectralis HRA+OCT [Heidelberg Engineering, Heidelberg, Germany]). Visual field damage was defined as having 3 consecutive abnormal visual fields. The rate of RNFL loss in eyes developing VFD was compared to eyes not developing VFD using multivariate linear mixed-effects models. A joint longitudinal survival model used the estimated RNFLT slope to predict the risk of developing VFD, while adjusting for potential confounding variables.

MAIN OUTCOME MEASURES:
Effects of CH, IOP, and CCT on rates of VFI loss over time.

RESULTS:
Four hundred fifty-four eyes of 294 glaucoma suspects were included. The average number of SD-OCT examinations was 4.6 (range, 2-9), with median follow-up of 2.2 years (0.4-4.1 years). Forty eyes (8.8%) developed VFD. The estimated mean rate of global RNFL loss was significantly faster in eyes that developed VFD compared with eyes that did not develop VFD (-2.02 μm/year vs. -0.82 μm/year; P<0.001). The joint longitudinal survival model showed that each 1-μm/year faster rate of global RNFL loss corresponded to a 2.05-times higher risk of developing VFD (hazard ratio, 2.05; 95% confidence interval, 1.14-3.71; P = 0.017).

CONCLUSIONS:
The rate of global RNFL loss was more than twice as fast in eyes that developed VFD compared with eyes that did not develop VFD. A joint longitudinal survival model showed that a 1-μm/year faster rate of RNFLT loss corresponded to a 2.05-times higher risk of developing VFD. These results suggest that measuring the rate of SD-OCT RNFL loss may be a useful tool to help identify patients who are at a high risk of developing visual field loss.

Copyright © 2014 American Academy of Ophthalmology. Published by Elsevier Inc. All rights reserved.

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